O Tembiapo, empreendimento guarani para a comercialização de
artesanato e óleos essenciais, através do projeto Nossa Aldeia: Nosso Ambiente
patrocinado pela Petrobras e pelo projeto Ambiente Inteiro apoiado pela IAF,
executados pela Outro Olhar, realizou de 06 a 09 de maio o curso intitulado de
“Cultura, Tradição e Inovação” na aldeia de Tapixi, município de Nova
Laranjeiras-PR. Estiveram presentes artesãos/as das aldeias de Rio d’Areia,
Palmeirinha do Iguaçu, Limeira, Nhe’engatu, além dos artesãos/as da própria comunidade.
Foram dias de capacitação bem aproveitados. Primeiro a
temática mais difícil “Gestão econômica, financeira e social do
empreendimento”. Entender como funciona o negócio, desde as despesas ao lucro é
importante para a transparência e confiança entre os integrantes do
empreendimento, disse Antônio Carlos Guedes, assessor para a temática. Ainda de
acordo com comentário de muitos, é importante saber como são feitas as coisas,
por mais que seja difícil entender todos esses números. Os participantes ‘quebraram
a cabeça’ com os números (vendas, custos, despesas e resultados); ao final a
recompensa, o Tembiapo em seus sete meses de funcionamento em 2013 obteve um
lucro de R$ 963,64, os quais foram distribuídos entre os artesãos/as
proporcionalmente à sua margem de contribuição na venda bruta.
A satisfação de muitos era grande com essa ‘sobra’
distribuída, uma vez que, pela mercadoria já haviam recebido o preço de
mercado, foi uma grata surpresa poder contar com esse dinheiro a mais,
disseram.
O curso também contou com a presença do sr. Adir Veloso,
coordenador local da Funai para Nova Laranjeiras, que alertou os artesãos/as
sobre a importância e benefícios de se fazer a nota de produtor, assim como
esclareceu as dúvidas sobre os trâmites para se fazer essas notas. Foi
comentado da dificuldade enfrentada em alguns municípios em que os
profissionais das secretarias de agricultura se negam ou agem com preconceito,
fazendo afirmações como “índio não precisa de nota de produtor”. Adir reafirmou
que fazer a nota de produtor é um direito, que não é para se intimidarem e
fazerem valer seu direito.
Na parte da oficina de desenvolvimento de peças e qualidade
se comentou sobre a importância de fazer com qualidade e bom acabamento, isso
desde a colheita/coleta da matéria prima (observar a lua certa, etc) até a
organização do produto final para a venda. Comentado também da preferencia por
usar matérias primas regionais e naturais, além da necessidade de começar a
cultivar espécies (não apenas coletar) pensando na produção sustentável do
artesanato.
E como ponto forte da oficina o desenvolvimento de novos
designers para colares e brincos, novas peças como cintos e bolsas, pensando
em, em breve, lançar os ‘acessórios
guaranis’. Ao final, o planejamento da produção para os próximos meses e os
acordos para as bonificações para quem criar novos produtos.
O empreendimento e seus artesãos/as estão de parabéns pelos
resultados já alcançados em 2013 e pelo compromisso e criatividade na
atividade!